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Linguística, Letras e Artes

O hábito de leitura na prevenção das doenças de Alzheimer e Parkinson: sob a ótica da neurolinguística

Autora: Márcia da Silva Lima ISBN 978-65-5379-101-5 DOI: 10.47573/aya.5379.1.72 N° páginas: 51 Formato: Livro Digital (PDF) Publicado em: 14-10-2022 Área do Conhecimento Licença: Creative Commons (CC-BY 4.0) Baixar Livro Sobre o Livro Sobre a Autora Sobre o Livro Esta pesquisa teve como objetivo revelar a prática de leitura como fator indispensável na redução do risco de patologias neurodegenerativas como a doença de Alzheimer e Parkinson, através das considerações da neuropsicolinguística. Quanto ao método, foi realizada uma pesquisa bibliográfica na Scientific Eletronic Library (SciELO), Repositório de Revistas USP, LUME repositório digital, Google Acadêmico, e periódicos com fator de alto impacto, selecionando-se o período de 2004 à 2022, utilizando os descritores: “neurolinguística”, “neuroanatomia”, ” neurodegeneração”, “Parkinson”, “Alzheimer”, “leitura” etc., além de análise adicional de referências na literatura específica do tema e referências cruzadas dos artigos selecionados. Os resultados obtidos foram, os efeitos importantes da prática de leitura sob o cérebro propenso à neurodegeneração são identificados, além de um subsistema da leitura com múltiplas funções. Sendo assim, através de investigações científicas testadas e comprovadas, tanto a linguística cognitiva, quanto a neurociência, evidenciaram a importância da neuroplasticidade estimulada pela leitura de modo a alicerçar a longevidade cerebral mesmo em idosos, reduzindo o risco das doenças de Alzheimer e Parkinson.Desejo a todos uma boa leitura! Márcia Lima Sobre a Autora Márcia Lima Licenciada em Letras/Português pela Universidade Federal do Maranhão– UFMA. Pedagoga pela Faculdade Santo Augusto – FAÍSA. Pós- Graduada em Docência do Ensino Superior e Psicopedagogia pela Faculdade São Marcos – FASAMAR. Pós Graduanda em Metodologia de Ensino da Língua Portuguesa, Literatura e Língua Inglesa, pela Faculdade de Minas – FACUMINAS. Psicanalista Clínica atuante, pela Sociedade Brasileira de Psicanálise do Maranhão –SBPMA, Registro: 00256/19. Professora atuante na área de Linguagens do Ensino Médio, vinculada à SEDUC-MA. Ler On-line

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Literatura Surda e Literatura Rosiana: ficção e realidade - provocações

Literatura Surda e Literatura Rosiana: ficção e realidade – provocações

Autoras: Joeli Teixeira Antunes e Heliane Emanuela dos Santos Lopes ISBN 978-65-5379-018-6 DOI: 10.47573/aya.5379.1.42 N° páginas: 50 Formato: Livro Digital (PDF) Publicado em: 14/03/2022 Área do Conhecimento Licença: Creative Commons (CC-BY 4.0) Baixar Livro Share on facebook Share on twitter Share on linkedin Share on whatsapp Share on email Sobre o Livro Sobre as Autoras Sobre o Livro Caro leitor,A leitura do imaginário mágico e da fantasia nos mostra como associamos ou diferenciamos os fatos do imaginário para o real, assim, seus próprios conceitos a respeito das suas perspectivas nos proporcionam um conhecimento mais ampliado. Através da literatura podemos observar a dedicação, o amor, o belo e o feio, o bem e o mal, a maldade, a delicadeza, coragem, a resistência, às provocações, entre outros pontos.A literatura é um ramo da humanidade e nela o homem se torna mais humano, um ser mais compreensível de sua realidade. A literatura é considerada um bem para a cultura e para a compreensão do desenvolvimento cognitivo e linguístico. Muito além de exercer os saberes das culturas, dos lugares, dos povos, deixam em cada um de nós uma grande bagagem de experiência que vão nos definir ao longo de nossas vidas tornando-nos grandes leitores.A obra literária vem nos motivando ao longo da vida, o autor ou o artista não realiza uma pesquisa desassociada da realidade vivida, pois é através das suas obras que ele vai transmitindo o seu sentimento e as ideias adquiridas ao longo do seu conhecimento. Um texto ou uma obra literária traz provocações e vai encaminhando o leitor para novas descobertas. Pensando nessas provocações, trouxemos para a discussão a Literatura Surda e a Literatura Rosiana, respectivamente.O primeiro capítulo intitulado “Literatura Surda: inclusão e pertencimento” traz várias questões que suscitam análises sobre os discursos e representações envolvendo a integração da Literatura Surda como forma de inclusão e pertencimento da cultura e identidade surda. Para tanto, apresentamos o contexto histórico da Língua Brasileira de Sinais (Libras) seguindo uma linha de tempo: sua vivência no cotidiano marcada por forte exclusão e posteriormente, amparada por órgãos e entidades, juntamente com suas legislações e direitos. Destacamos políticas públicas educacionais para proporcionar cidadania, priorizando a inserção do sujeito surdo, na rede regular de ensino, independente da diversidade biopsicossocial. O texto é embasado por pesquisas em livros e periódicos, colaborando na conceituação sobre Literatura Surda, a Libras e sua trajetória na sociedade. As considerações feitas revelam a distância existente entre teoria e prática no que se refere à inserção do indivíduo surdo e da Libras na sociedade, existindo ainda a permanência da exclusão no contexto educacional.O segundo capítulo intitulado “Literatura Rosiana: resistência feminina” trouxe algumas reflexões acerca da Literatura Rosiana, especificamente sobre a personagem Doralda da novela Dão-Lalalão. Analisamos essa protagonista orientados pela noção foucaultiana de poder; demonstramos o deslocamento do poder na casa de Doralda e Soropita; comprovamos que ela relativiza o poder de Soropita por meio da resistência, rompendo em alguns momentos com o modelo de submissão imposto às mulheres; destacamos algumas características de Doralda que a torna diferente daquelas com as quais compartilha o cotidiano no povoado; sugerimos que sua origem influenciou sua transformação; mostramos as ambiguidades inerentes à personalidade dessa protagonista. Esse enfoque no comportamento de Doralda foi necessário para demonstrar que Guimarães Rosa apresenta uma personagem que metaforicamente simboliza o surgimento de uma sociedade em que a mulher também exerce o poder. Joeli Teixeira AntunesHeliane Emanuela dos Santos Lopes Sobre as Autoras Joeli Teixeira Antunes Mestra em Letras Estudos Literários (Unimontes); Especialista em Libras com Ênfase em Interpretação (Unimontes), Especialista em Mídias na Educação (Unimontes), Especialista em Educação a Distância (Unimontes); Especialista em Linguística: Leitura e Produção Textual (Faculdades Santo Agostinho); Especialista em Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva (IFNMG); Graduada em Letras Português (Unimontes); Graduada em Letras/Libras (IFNMG). Atua como professora no Departamento de Estágio e Práticas Escolares (Unimontes) e no Departamento de Comunicação e Letras (Unimontes). Heliane Emanuela dos Santos Lopes Graduada em Letras Libras pelo Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – IFNMG. Ler On-line

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Dialogismo em cena: reflexões sobre loucura, libras e literatura

Dialogismo em cena: reflexões sobre loucura, libras e literatura

Organizado por: Carlos Ranieny Pereira Rocha, Hélen Cristina Pereira Rocha e Joeli Teixeira Antunes ISBN 978-65-88580-65-3 DOI: 10.47573/aya.88580.3.3 N° páginas: 57 Formato: Livro Digital (PDF) Publicado em: 2021-08-28 Área do Conhecimento Licença: Creative Commons (CC-BY 4.0) Baixar Livro Sobre o Livro Organizado por Sobre o Livro Para Mikhail Bakhtin, a interação de dois indivíduos que se inserem em uma sociedade resulta na enunciação, logo essa enunciação não existe fora de um contexto social e ideológico e é emitida por um determinado sujeito discursivo e dirigida a outro sujeito. Assim, qualquer enunciação propõe uma reação. O dialogismo consiste, então, em relações que ocorrem entre interlocutores, através da linguagem, em um meio social. “Todas as palavras e formas que povoam a linguagem são vozes sociais e históricas, que lhe dão determinadas significações concretas e que se organizam no romance em um sistema estilístico harmonioso”. (BAKHTIN, 1998, p. 100). É pelo diálogo que as personagens se comunicam e revelam suas personalidades e ideais que compõem suas visões de mundo, visões estas que, ao se chocarem, dão origem à tão mencionada “Polifonia”. A polifonia é definida como sendo interação e convivência, em um mesmo espaço literário, de uma multiplicidade de vozes e de consciências, independentes do autor/escritor que representa um determinado lugar de enunciação, de onde fala um sujeito discursivo que, por sua vez, também se compõe de um conjunto de outras vozes, pois é, por si só, polifônico.É neste sentido que, a partir de uma perspectiva dialógica este livro esboça um percurso analítico pautado em discussões que tangenciam literatura, cultura, arte, libras e educação.O primeiro artigo deste livro aponta para a construção de um estudo sobre o tratamento dado a loucura na Literatura brasileira, assim sendo elege como corpus os contos “O Alienista” (1882), de Machado de Assis e “A terceira margem do rio”(1962) de Guimarães Rosa com o intuito de compreender como o viés da loucura é tratado em cada contexto, levando em conta os conflitos e crises relacionados em cada conto, contrapondo as semelhanças e divergências, e a relação de entendimento da ‘loucura” de cada um.Já no segundo artigo que constitui esta coletânea tem-se uma análise do livro de contos Vésperas (2002), de Adriana Lunardi, da tela Las meninas (1656), de Diego Velásquez e do texto filosófico “Las meninas” (1999), de Michel Foucault, com o intuito de demonstrar os pontos de aproximação entre o conto “Sonhadora”, com as obras de Velásquez e Foucault de modo a consolidar uma conexão entre os códigos textuais utilizados pelos artistas. Ali explicita-se que as narrativas contidas em Vésperas, especialmente o conto “Sonhadora”, retomam os objetivos alçados pelo pintor espanhol e pelo filósofo francês, posto que o movimento intertextual que interliga estes textos é viabilizado pela questão da finitude humana, pela Metalinguagem e pela concepção do autor como personagem.No terceiro artigo deste livro traz-se a tona uma discussão que permeia o universo da LIBRAS e o seu contexto intertextual e dialógico, uma vez que aborda-se a eficácia do Software Quiz no Processo de Ensino Aprendizagem da Libras Como L1. Deste modo o que se pretende é analisar a eficácia da utilização do referido Software como recurso didático nas aulas de Língua Brasileira de Sinais – Libras como primeira Língua – L1.Assim sendo, pretende-se com este livro fomentar os debates em tono da viabilidade de se utilizar recursos intertextuais e dialógicos tanto no âmbito literário quanto no processo de inclusão educacional do surdo. Os autores Organizado por Carlos Ranieny Pereira Rocha Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES e pós graduado em LIBRAS pelas Faculdades Favenorte. Possui experiência em desenvolvimento de sistemas para acessibilidade a pessoa surda. Atua como professor no Departamento de Comunicação e Letras (Unimontes). Hélen Cristina Pereira Rocha Doutoranda em Letras/ Estudos literários pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), mestre em Letras/ Estudos literários pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES (2012) e graduada em Letras/Português (2009).Tem experiência no ensino e na pesquisa na área de Letras atuando principalmente na investigação dos seguintes temas: Língua portuguesa, Língua portuguesa e ensino, Teoria da literatura, Literatura Brasileira, Literatura de Minas, Guimarães Rosa, Relações de Poder, Relações Étnicas, Gênero e Alteridade. Joeli Teixeira Antunes Mestra em Letras Estudos Literários (Unimontes); Especialista em Libras com Ênfase em Interpretação (Unimontes), Especialista em Mídias na Educação (Unimontes), Especialista em Educação a Distância (Unimontes); Especialista em Linguística: Leitura e Produção Textual (Faculdades Santo Agostinho); Especialista em Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva (IFNMG); Graduada em Letras Português (Unimontes); Graduada em Letras/Libras (IFNMG). Atua como professora no Departamento de Estágio e Práticas Escolares (Unimontes) e no Departamento de Comunicação e Letras (Unimontes). Ler On-line

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A individuação: literatura, libras e inclusão – uma análise Junguiana

A individuação: literatura, libras e inclusão – uma análise Junguiana

Organizado por: Carlos Ranieny Pereira Rocha, Hélen Cristina Pereira Rocha e Joeli Teixeira Antunes ISBN 978-65-88580-64-6 DOI: 10.47573/aya.88580.3.2 N° páginas: 78 Formato: Livro Digital (PDF) Publicado em: 2021-07-24 Área do Conhecimento Licença: Creative Commons (CC-BY 4.0) Baixar Livro Share on facebook Share on twitter Share on linkedin Share on whatsapp Share on email Sobre o Livro Organizado por Sobre o Livro Carl Gustav Jung, em O Eu e o Inconsciente (1982), afirma que a Individuação é um processo. Em suma é um caminho que o ser humano tende a passar na sua vida para se tornar um ser completo, uma forma de trazer para o Ser a sua própria identidade. Parece ser senso comum afirmar que a Individuação é um alvo, pois muitos subentendem que é a forma mais objetiva e fácil de entender o seu interior. No entanto ela é apenas um meio de que o consciente e o inconsciente necessitam passar para compreender o EU.Neste sentido neste livro reunimos trabalhos que discutem a questão sob uma perspectiva literária. No primeiro artigo analisamos como ocorre o processo de Individuação da personagem Juliana em O primo Basílio, de Eça de Queirós. Neste texto objetivamos explicitar o processo de construção da identidade da personagem antagonista Juliana na obra do autor português.No segundo artigo deste livro fizemos uma explanação do processo de Individuação na obra Lucíola, de José de Alencar, na qual percebe-se que a personagem Lúcia passa por um processo de transformação em sua personalidade através de seu relacionamento com o jovem Paulo, personagem este, que terá uma forte influência sobre a protagonista, uma vez que o amor que Lúcia sente por ele trará em evidência uma personalidade oposta a da cortesã, deixando surgir Maria da Glória, uma jovem doce, angelical e digna de uma alma imaculada. Sob esse prisma, podemos apontar que a construção da Individuação das personagens, em especial da protagonista Lúcia, está também ligada à construção da narrativa, uma vez que será por meio desta que toda a história se apresentará.No terceiro artigo que compõe esta coletânea abordamos a relevante questão DA Individuação do sujeito surdo em relação ao seu processo de inclusão social e neste sentido enfatizamos como a Literatura surda pode se configurar como elemento preponderante neste processo.Assim sendo, enfatiza-se que o aporte teórico que permeia este livro é composto pelos estudos junguianos. Carl Gustave Jung foi um importante pesquisador da mente humana e um dos mais influentes pensadores do século XX. Formou-se em medicina e se especializou na área da psiquiatria, desenvolvendo neste campo uma carreira de destaque, atuando como professor universitário e psicólogo. Estudioso e fundador da psicologia analítica que tem como conceito a Individuação, processo central do desenvolvimento humano. Para JJung (2014) “[…] um processo de desenvolvimento psicológico que faculte a realização das qualidades individuais dadas; em outras palavras, é um processo mediante o qual um homem se torna o ser único que de fato é.” (JUNG, 2014, p. 64). É, pois neste sentido que os trabalhos aqui selecionados dialogam e se complementam. Os autores Organizado por Carlos Ranieny Pereira Rocha Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES e pós graduado em LIBRAS pelas Faculdades Favenorte. Possui experiência em desenvolvimento de sistemas para acessibilidade a pessoa surda. Atua como professor no Departamento de Comunicação e Letras (Unimontes). Hélen Cristina Pereira Rocha Doutoranda em Letras/ Estudos literários pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), mestre em Letras/ Estudos literários pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES (2012) e graduada em Letras/Português (2009).Tem experiência no ensino e na pesquisa na área de Letras atuando principalmente na investigação dos seguintes temas: Língua portuguesa, Língua portuguesa e ensino, Teoria da literatura, Literatura Brasileira, Literatura de Minas, Guimarães Rosa, Relações de Poder, Relações Étnicas, Gênero e Alteridade. Joeli Teixeira Antunes Mestra em Letras Estudos Literários (Unimontes); Especialista em Libras com Ênfase em Interpretação (Unimontes), Especialista em Mídias na Educação (Unimontes), Especialista em Educação a Distância (Unimontes); Especialista em Linguística: Leitura e Produção Textual (Faculdades Santo Agostinho); Especialista em Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva (IFNMG); Graduada em Letras Português (Unimontes); Graduada em Letras/Libras (IFNMG). Atua como professora no Departamento de Estágio e Práticas Escolares (Unimontes) e no Departamento de Comunicação e Letras (Unimontes). Ler On-line

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Discursos e representações: surdos, surdez e cinema

Discursos e representações: surdos, surdez e cinema

Autores: Joeli Teixeira Antunes e Carlos Ranieny Pereira Rocha ISBN 978-65-88580-58-5 DOI: 10.47573/aya.88580.1.1863 N° páginas: 50 Formato: Livro Digital (PDF) Publicado em: 2021-04-17 Área do Conhecimento Licença: Creative Commons (CC-BY 4.0) Baixar Livro Sobre o Livro Sobre os Autores Sobre o Livro Caro leitor,entre várias questões que suscitam análises sobre os discursos e representações envolvendo os surdos e a surdez presentes nas narrativas dos filmes que mostram os modos de ser e viver a surdez investigou-se neste trabalho os discursos e as representações sobre os surdos e a surdez presentes nos discursos dos filmes “Filhos do Silêncio” e “Adorável Professor”. Ouvindo particularmente a opinião daqueles que são surdos, tentando entender como ocorrem suas interpretações, como se legitimam certas perspectivas e se excluem outras, mostrando assim a complexidade que se apresenta quando falamos pelo outro, quando o narramos e o inventamos a partir das marcas da normalidade.A partir do pressuposto de que as identidades são fabricadas por meio da marcação de diferença e que a identidade depende da diferença, que nas relações sociais são estabelecidas por meio de um sistema classificatório divididos em grupos opostos, entende-se ser fundamental uma reflexão sobre o conceito de identidade, para tanto, recorreu-se aos estudos de Stuart Hall (1998), Gládis Perlin (1998), Maria José Coracine (2003), Nídia Regina Limeira de Sá (2006), bem como em algumas pesquisas acadêmicas (dissertações de mestrado e teses de doutorado) que discutem sobre o assunto.Já as discussões sobre o conceito de representações, cultura surda e os discursos presentes nos cinemas embasaram-se nos estudos de Milton José Almeida (2004), Adriana da Silva Thoma (2002), Ângela Lima Dantas (2008), Jacques Derrida (2000), Ana Dorziat (1998), Michel Foucault (1996), Etienne Samain (2004) e outros estudiosos.O presente trabalho verifica forma como a narrativa dos filmes “Filhos do Silêncio” e “Adorável Professor”, que tem como tema o surdo e a surdez, colaboram nas experiências do sujeito surdo e nas representações e identidades assumidas por cada um e, como essas questões aparecem na educação de surdos. Essa temática nasceu do desejo de se compreender a visão que o sujeito surdo tem de si e de que forma eles analisam a pedagogia cultural do cinema. Para tanto, partiu-se de um estudo da tese de doutorado de Adriana da Silva Thoma “O Cinema e a Flutuação das Representações Surdas”.De acordo com THOMA (2002) as narrativas culturais presentes nos filmes sobre os surdos e a surdez, aquilo que é enunciado sobre esses sujeitos, sua língua, sua comunidade e sua cultura, cruza o campo da educação de surdos e contribui para constituir os tempos e os espaços de aprendizagem para os surdos. Para ela o cinema pode funcionar para produzir conhecimento, fixar identidades e instaurar sentidos sobre os sujeitos surdos. E para pôr em exercício essa produção, fixação e instauração de sentidos, os filmes são constituídos de uma intertextualidade de saberes sobre a alteridade surda que não são neutros, nem unânimes.Para construir as narrativas surdas os autores se apropriam de discursos, sobre a surdez e os surdos, pertencentes a outros campos do saber, como por exemplo, medicina, a filosofia, a antropologia e a pedagogia. Esses discursos aparecem de forma isolada ou combinada nos enunciados dos filmes. Mostrando representações opostas, essas narrativas às vezes “falam dos sujeitos surdos como incapazes, incorrigíveis, anormais, ignorantes, primitivos” (THOMA, 2002, p. 58), outras vezes “falam de surdos que, apesar da surdez, são recompensados por outros sentidos que os tornam capazes, corrigíveis, normalizáveis, inteligentes, civilizados.” (THOMA, 2002, p.62). Pensa-se que essas dicotomias precisam ser problematizadas e analisadas, a fim de se observar os efeitos que elas causam em cada um e, principalmente nas pessoas surdas.Neste contexto, indaga-se qual o lugar que o outro ocupa na educação e nas políticas públicas implementadas que “estão condicionadas a certo olhar ‘quase obrigatório’ sobre a alteridade e têm utilizado diversos imaginários para enunciá-la.” (DORZIAT, 1998, p.18). Reafirmando, assim, a necessidade de que sejam fomentadas reflexões sobre as diversas faces da inclusão, particularizando cada grupo de pessoas diferentes para um melhor entendimento sobre quem são e o que pensam esses outros. Para que a partir dessas discussões possam-se entender as representações da alteridade na educação, tendo como foco o ser surdo e de que forma o cinema retrata essas questões.Com base nesses entendimentos, fez-se a análises das narrativas dos filmes “Filhos do Silêncio” e “Adorável Professor” problematizando como as representações e discursos presentes na cultura atravessam e configuram  a educação de surdos, constituindo os tempos e espaços de aprendizagem no campo da educação de surdos. Ressaltando a importância de se saber de que forma é refletido o olhar dos surdos para si mesmos. Esse olhar recai sobre quais aspectos? Acompanha o movimento da cultura ocidental de ser ou representar a si mesmos, a partir de algum modelo de estética, de inteligência, de normalidade? De acordo com DORZIAT (1998) “A incapacidade do homem em valorizar as diferenças gerou uma variedade de insatisfeitos que estão numa busca constante de estereótipos, de modo a se adaptarem, em contradição, muitas vezes, com suas peculiaridades” (DORZIAT, 1998, p.19).Apesar das mudanças ocorridas nas leis, nos códigos e símbolos escolares, as representações de inferioridade e impossibilidade daqueles nomeados e narrados como doentes, anormais, seguem enraizadas, constituídas de narrativas que falam quase que exclusivamente sobre aquilo que falta aos surdos para serem como os ouvintes. Por uma determinação legal, todos devem ter seus acessos garantidos e suas diferenças aceitas e respeitadas (BRASIL, 1998, P.17). Porém as leis por si só não conseguem promover a inclusão de forma abrangente é preciso haver, também mudanças nas representações e nas identidades. A inclusão não pode ser tratada como alguma coisa que os sujeitos ou grupos têm ou não, mas sim como um “processo social e relacional, como uma construção histórica e lingüística que tem se ocupado de colocar uns em posição de vantagem em relação aos outros, que tem naturalizado certos atributos aqueles considerados anormais ou estranhos.” (SKLIAR, 2001, p.14). Essas são algumas das questões presentes nos filmes “Filhos do Silêncio” e “Adorável Professor” analisadas por cinco sujeitos surdos.Desenvolveu-se este trabalho a partir de

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Ficção e aprendizagem: O caso Lobato e o ensino de Língua portuguesa como segunda língua para surdos

Ficção e aprendizagem: O caso Lobato e o ensino de Língua portuguesa como segunda língua para surdos

Organizado por: Carlos Ranieny Pereira Rocha, Hélen Cristina Pereira Rocha e Joeli Teixeira Antunes ISBN 978-65-88580-57-8 DOI: 10.47573/aya.88580.3.1 N° páginas: 50 Formato: Livro Digital (PDF) Publicado em: 2021-03-31 Área do Conhecimento Licença: Creative Commons (CC-BY 4.0) Baixar Livro Share on facebook Share on twitter Share on linkedin Share on whatsapp Share on email Sobre o Livro Organizado por Sobre o Livro Ler e interpretar são atividades extremamente importantes e que envolvem problemas, não só semânticos, mas, culturais e ideológicos. Neste sentido ao percebermos a literatura como um produto social, no qual podemos identificar visões de mundo e valores culturais historicamente e coletivamente construídos, a tarefa de analisar qualquer obra literária que seja, constitui-se não apenas um desafio cognitivo, mas um esforço teórico-metodológico de dissecar os elementos nela presentes, a fim de visualizá-la mais globalmente. Entender a literatura sob esta perspectiva pressupõe compreender os discursos disseminados por meio de textos orais e escritos.Assim sendo, relacionamos neste livro dois artigos que discutem tal questão.O primeiro deles debruça-se sobre a análise dos contos “Negrinha” e “Os Negros”, do autor pré-modernista Monteiro Lobato, com o intuito de refletir sobre “A opressão e preconceito”, dois males que afetam a sociedade desde a era colonial, escravocrata, aos dias atuais, trazendo assim, diversas consequências, como a intolerância, violência, guerra. Nos contos “Negrinha” e “Os negros” (1920), de Monteiro Lobato, evidenciamos as cruéis formas de tratamentos, que se manifestaram pela cor da pele. O negro era visto como um “objeto” perante a sociedade, “objeto” este que deveria ser menosprezado, domesticado, escravizado, até o último suspiro. Teremos como meta apresentar as ideias teóricas, práticas e fazer nossa crítica pessoal, destacando pontos centrais sobre o tema abordado.O segundo artigo que compõe este livro, nesta mesma perspectiva de buscsar ferramentas que posicionem o sujeito frente as diversas ideologias que circulam nos textos orais e escritos, volta seu escopo analítico para o sujeito surdo, demonstrando de que maneira o uso da gamificação como recurso didático pode auxiliar o aluno surdo no processo de ensino aprendizagem nas aulas de Língua Portuguesa.Com efeito, o que se notará aqui é que cabe ao professor levar em consideração a funcionalidade que a língua deve ter para os sujeitos, sejam eles ouvintes ou não. O processo de ensino-aprendizagem de uma língua deve ser pensado a partir de uma abordagem comunicativa, não havendo uma preferência para sua estrutura gramatical, mas sim para a interação comunicativa contextualizada e funcional para que o aluno, partindo dela, possa apropriar-se dos conceitos gramaticais pertinentes à língua-alvo. Neste caso, as construções comunicativas ocorrem a partir de situações de interesse dos aprendizes, de forma funcional e contextualizada, descentralizando da prática da forma e, assim, tornando o aprendizado mais efetivo e significativo. Organizado por Carlos Ranieny Pereira Rocha Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES e pós graduado em LIBRAS pelas Faculdades Favenorte. Possui experiência em desenvolvimento de sistemas para acessibilidade a pessoa surda. Atua como professor no Departamento de Comunicação e Letras (Unimontes). Hélen Cristina Pereira Rocha Doutoranda em Letras/ Estudos literários pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), mestre em Letras/ Estudos literários pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES (2012) e graduada em Letras/Português (2009).Tem experiência no ensino e na pesquisa na área de Letras atuando principalmente na investigação dos seguintes temas: Língua portuguesa, Língua portuguesa e ensino, Teoria da literatura, Literatura Brasileira, Literatura de Minas, Guimarães Rosa, Relações de Poder, Relações Étnicas, Gênero e Alteridade. Joeli Teixeira Antunes Mestra em Letras Estudos Literários (Unimontes); Especialista em Libras com Ênfase em Interpretação (Unimontes), Especialista em Mídias na Educação (Unimontes), Especialista em Educação a Distância (Unimontes); Especialista em Linguística: Leitura e Produção Textual (Faculdades Santo Agostinho); Especialista em Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva (IFNMG); Graduada em Letras Português (Unimontes); Graduada em Letras/Libras (IFNMG). Atua como professora no Departamento de Estágio e Práticas Escolares (Unimontes) e no Departamento de Comunicação e Letras (Unimontes). Ler On-line

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Libras e acessibilidade: educação, recursos tecnológicos e qualidade de vida

Libras e acessibilidade: educação, recursos tecnológicos e qualidade de vida

Autor: Carlos Ranieny Pereira Rocha ISBN 978-65-88580-56-1 DOI: 10.47573/aya.88580.1.2914 N° páginas: 53 Formato: Livro Digital (PDF) Publicado em: 2021-02-26 Área do Conhecimento Licença: Creative Commons (CC-BY 4.0) Baixar Livro Share on facebook Share on twitter Share on linkedin Share on whatsapp Share on email Sobre o Livro Sobre o Autor Sobre o Livro Prezados leitores,O reconhecimento da automação no meio residencial e industrial tem se expandido rapidamente, devido ao avanço tecnológico, que por sua vez, possibilitou a facilidade de acesso aos dispositivos capazes de desenvolverem sistemas automáticos. Rapidamente essas tecnologias cresceram e tiveram o seu lugar no mercado cada vez mais competitivo. Consequentemente, a oferta pela procura da automação residencial aumentou, ocasionando uma queda no seu preço, além de atribuir uma concorrência à disposição dos consumidores (BOLETIM INDUSTRIAL, 2013).Com relação à qualidade de vida de pessoas com algum tipo de deficiência, uma questão que ganha relevo é a acessibilidade, que pode ser percebida como a possibilidade de realização de atividades, em variados ambientes, visando o conforto, segurança e autonomia do indivíduo e ainda pode relacionar-se as possibilidades de comunicação do indivíduo por meio de recursos tecnológicos. Deste modo o que se percebe é que algumas dos entraves encontrados pelos surdos é a grande dificuldade de se comunicar com outras pessoas, ou mesmo para utilizarem muitos dos recursos tecnológicos voltados à automação residencial.Pode-se considerar que a necessidade pela busca de conforto, praticidade e demais fatores de facilidade em acesso à um ambiente doméstico, amplia a imensa busca das tecnologias que acobertam a automação residencial (WORTMEYER; FREITAS; CARDOSO, 2005).Visando atender a este anseio por automações residenciais para o publico surdo, surge a ideia da utilização da plataforma Arduino em projetos de automação, possibilitando uma solução viável e flexível, através de um software e hardware livre.O Arduino é uma plataforma que se destaca por facilitar o desenvolvimento de projetos de automação e pela sua flexibilidade a diversos sistemas, além de ser uma plataforma open-source de hardware e software, isso torna possível que qualquer pessoa o modifique, adaptando-o e implementando-o da maneira que lhe for conveniente. Com a utilização do Arduino é possível apresentar a sociedade soluções de projetos a baixo custo comparados com os existentes hoje no mercado.É importante destacar também o aumento vertiginoso da utilização de smartphones e dispositivos móveis nos dias atuais em todas as classes e níveis sociais, fazendo com que surgisse também uma ampla variedade de aplicativos, para os mais diversos fins. Destacamos aqui a capacidade de integração entre aplicativos móveis e a plataforma Arduino. Essa junção Arduino + mobile veio despertar nas pessoas a necessidade de obter informações residenciais em seus celulares tablets e demais aparelhos móveis.Porém, existe um universo de demandas e possibilidades, tanto de sensores, aplicativos e funcionalidades quanto de automação residencial em diversas tarefas cotidianas: segurança patrimonial, monitoramento de insumos (água, luz), controles de entrada e saída, identificação, sensores de incêndio e muitas outras.Assim, a pergunta a ser feita é: quais as reais aplicabilidades e possibilidades de automatizar várias tarefas residenciais ao mesmo tempo utilizando Arduino, Android e seus sensores?Diante desta realidade, para mostrar a viabilidade técnica do cenário acima descrito, este trabalho tem como título Infragualuz: desenvolvimento de um aplicativo interligado a um sistema de monitoramento através da integração da eletrônica com sistemas de informação usando Arduino.Os tópicos abordados no trabalho foram considerados pelo fato de que na atualidade a segurança é primordial para o bem estar social. O monitoramento de água faz-se necessário em tempos de crise hídrica. A energia elétrica também possui um fator ambiental importante e, por essa razão, merece iniciativas que auxiliem na economia deste recurso.Assim, o objetivo geral deste projeto é desenvolver um aplicativo capaz de integrar a automação de mais de uma tarefa residencial em uma única solução, em plataforma Arduino.Como objetivos específicos, tem-se: A exploração das possibilidades de automação residencial através de aplicativos e Arduino; desenvolvimento, teste e aplicação de programação da plataforma Arduino; teste e aplicação de sensores de água e controles para automação de luzes residenciais; implantação de módulo bluetooth para comunicação entre smartphone e Arduino bem como, testar eficiência de sensores infravermelho e luz na automação residencial.Para a elaboração desse trabalho, primeiramente foi realizada uma revisão de literatura, a fim de fundamentar nossa investigação. E num segundo momento, utilizou-se a pesquisa experimental, que de acordo com Antônio Carlos Gil (2002), “Essencialmente, a pesquisa experimental consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.” (GIL, 2002, p. 47). Nesta fase é que será implementado o proposto.Este trabalho fora estruturado do seguinte modo: Introdução onde expôs-se de maneira geral os elementos que compõem essa monografia. No capítulo 1 há a exploração dos conceitos que fundamentam teoricamente essa pesquisa. Esse capítulo apresenta a discussão dos conceitos da plataforma Arduino, Mobile, Sistema Operacional Android, Linguagens de programação, App Inventor, Usabilidade, Automação residencial, bem como apontamos para algumas aplicações similares.O capítulo 2 apresenta as etapas do processo de desenvolvimento do aplicativo aqui desenvolvido, o Infragualuz, bem como a programação da placa Arduino e a montagem dos circuitos, itens que se complementam na composição do todo desse trabalho. Esse capítulo foi dividido em duas partes: uma parte lógica que contém a parte abstrata dessa monografia e, é composta pela programação da placa Arduino Uno e pela programação do aplicativo mobile. E uma parte física composta pelos circuitos montados para o monitoramento residencial via infravermelho; o monitoramento do abastecimento residencial de água e para o monitoramento do status das lâmpadas em uma residência.O capítulo 3 apresenta os resultados finais da pesquisa detalhando o aplicativo desenvolvido.Na conclusão retomou-se os aspectos mais importantes discutido ao longo desse trabalho como intuito avaliar se os objetivos propostos foram alcançados. Carlos Ranieny Pereira Rocha Sobre o Autor Carlos Ranieny Pereira Rocha Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES e pós graduado em LIBRAS pelas Faculdades Favenorte. Possui experiência em desenvolvimento de sistemas para acessibilidade a pessoa surda. Atua

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Polifonia e monologismo: uma análise de crime e castigo

Polifonia e monologismo: uma análise de crime e castigo

Autora: Hélen Cristina Pereira Rocha ISBN 978-65-88580-55-4 DOI: 10.47573/aya.88580.1.2029 N° páginas: 50 Formato: Livro Digital (PDF) Publicado em: 2021-01-29 Área do Conhecimento Licença: Creative Commons (CC-BY 4.0) Baixar Livro Sobre o Livro Sobre a Autora Sobre o Livro A proposta deste livro é a análise do romance Crime e Castigo (2001), do autor russo Fiódor Mikhailovich Dostoiévski, observando seu processo de composição. Por meio deste trabalho, pretende-se compreender as principais características do romance polifônico, teorizado por Mikhail Bakhtin, e confrontar partes do livro que apresentam a presença da polifonia, como forma de se contrapor à ideia de um romance exclusivamente monológico. Nosso trabalho, portanto, na tentativa de estabelecer argumento consistente, que comprove a hipótese de que o romance Crime e Castigo possui um final polifônico, ao contrário do que afirma Mikhail Bakhtin, ao classificar o epílogo da narrativa monológico, realiza um estudo comparativo entre episódios semelhantes nos quatro primeiros capítulos iniciais e no epílogo do relato.Nascido em 1895, na Rússia, Mikhail Mikhailovich Bakhtin, um dos grandes pensadores século XX, lançou-se no cenário mundial como critico literário e pesquisador de grande valia aos estudos linguísticos. Os livros A cultura popular na idade média e no renascimento – O contexto de François Rabelais – referência obrigatória aos que se dedicam à história do riso e à cultura popular, tendo como objetivo principal a compreensão da influência da cultura cômica popular na obra de François Rabelais; e Problemas da poética de Dostoiévski, o qual possibilitou a mudança do foco crítico sobre o autor, uma vez que dá relevo às peculiaridades estruturais das composições de Dostoiévski – são, ainda hoje, importante metodologia crítica para percorrer a literatura de Dostoiévski e tem fomentado importantes pesquisas sobre a literatura, de um modo geral.Com a publicação desses livros, Bakhtin funda conceitos teóricos, entre eles a carnavalização, o dialogismo, a polifonia, a heteroglossia e uma nova noção de gêneros literários, que hoje desempenham papel fundamental nas analises literária e linguísticas.Apesar de destacar-se como elementar colaborador dos estudos literários, Mikhail Bakhtin opera decisivas alterações no sistema de análise linguística então existente ao considerar que elementos tais como a história e o sujeito devam ser observados ao se estudar a língua ou se analisar um discurso. Nessa perspectiva, Marxismo e filosofia da linguagem inaugura uma nova forma de se pensar o discurso e se constitui em um dos pilares fundadores da análise do discurso literário, como bem aponta Brait:Marxismo e filosofia da linguagem é a obra que chama a atenção dos lingüistas e que realmente representa um marco, uma mudança de paradigma […] que recupera para os lingüistas a dimensão histórica, social e cultural da linguagem. (BRAIT, 2001 apud FERNANDES, 2003, p. 30).Nessa perspectiva, em Problemas da poética de Dostoiévski (1997), obra que constitui principal elemento do nosso corpus teórico, observa-se que Mikhail Bakhtin inova à medida que postula Dostoiévski como o criador de um novo gênero literário: o romance polifônico, fato que provoca grande efeito na crítica literária do momento, que se vê em face de admitir ter, até então, analisado uma obra de tamanha grandiosidade narrativa, Crime e Castigo, de forma simplória, observando-se tão e somente as peculiaridades pertinentes à estrutura das personagens, como se elas fossem apenas uma reprodução dos pensamentos do autor. É então neste sentido que Bakhtin (1997) afirma que o romance de Dostoiévski constitui-se de um todo polifônico, no qual se nota a presença de múltiplas vozes que revelam a existência de personagens que desfazem a monologia, típica do gênero, e projetam no texto suas próprias ideologias, tornando o texto extremamente dialógico e polifônico. As teorias polifônica e dialógica são levantadas e aplicadas por Bakhtin em meio literário e para isso utiliza do romance de um renomado autor, também russo, Fiódor Dostoiévski.Fiódor Mikhailovich Dostoiévski, nascido em Moscou no dia 30 de outubro de 1821, é dono de um estilo único, incomparável; suas narrativas são chamadas de “romances de ideias”, sempre cheias de dramaticidade e envoltas por uma nova forma de fazer literário. Perpertuando-se como um dos maiores escritores russos e um dos célebres autores de todos os tempos, Fiódor Dostoiévski publica em 1866 o livro Crime e Castigo, romance no qual nos é apresentada a história de um jovem que se impõe um desafio: transpor a barreira (por ele estabelecida) entre homens do tipo “Ordinário” e os do tipo “Extraordinário”. Para tanto, arquiteta um roubo a uma senhora idosa, com o objetivo de tornar-se um homem “extraordinário”, que para ele seria uma classe superior de homens, aqueles que não se sujeitam às leis, que as transgridem e não se “acorvardam” diante de situações complicadas. O desenrolar do romance é magistralmente elaborado de forma a dar vazão a uma série de questionamentos levantados pelo protagonista, Raskólnikov, que é acometido por delírios febris em decorrência do profundo sentimento de culpa que sente após cometer o assassinato, o que o leva a confessar o crime cometido. Por meio de Crime e Castigo, Dostoiévski nos permite conhecer diferenciados tipos humanos condensados em uma narrativa única, que revela uma Rússia plena de miséria. Em Crime e Castigo, o autor posiciona-se de forma excepcionalmente nova, pois narra uma trama em que, aos sujeitos, é proporcionada a opção de se projetarem de forma autônoma, já que possuem consciências independentes da força ideológica do autor. Dostoiévski está, assim, isolado, pois não tendo precursores, funda um novo tipo textual, o romance polifônico.Far-se-á neste estudo, em seu primeiro capítulo, um breve rastreamento acerca do conceito de polifonia e de monologismo. No segundo capítulo será realizada a análise de partes-chave do romance a fim de se demonstrar a polifonia existente ali. No terceiro capítulo se discutirá o suposto equívoco de Bakhtin ao conceituar o final do relato como monológico. Hélen Cristina Pereira Rocha   Sobre a Autora Hélen Cristina Pereira Rocha Doutoranda em Letras/ Estudos literários pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), mestre em Letras/ Estudos literários pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES (2012) e graduada em Letras/Português (2009).Tem experiência no ensino e na pesquisa na área de Letras atuando principalmente na investigação

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