Memórias de Clementina: narrativa autobiográfica e autoconhecimento em pesquisa de campo mediada pela internet

É com grande satisfação que apresento a obra de Walquiria Marcelina de Almeida, “Memórias de Clementina: narrativa autobiográfica e autoconhecimento em pesquisa de campo mediada pela internet”. Este livro contribui para o autoconhecimento, explorando a interseção entre a narrativa autobiográfica e a tecnologia, a fim de elucidar a influência da interação social indireta nas habilidades socioemocionais.
A autora aborda a origem social do autoconhecimento e sua relevância para a tomada de decisões, proatividade e resiliência, contrastando com movimentos de esquiva que intensificam os problemas. Ela propõe a hipótese de que o acesso a leitura e escrita, aliados ao contato social indireto, potencialmente favorecem o autoconhecimento.
A pesquisa de campo envolveu doze participantes, de idades entre 26 a 57 anos, divididos em três subgrupos distintos. Com a ajuda de um vídeo postado no YouTube e dois roteiros de reflexão, os participantes foram incentivados a ler, refletir e responder perguntas baseadas nas memórias de Clementina Fritz, nascida em 1935, que descreveu suas experiências de infância e adolescência.
A análise dos dados feita pela autora, baseada nas respostas aos roteiros de reflexão, resultou na criação de nove categorias de análise para avaliar as habilidades socioemocionais. Estas foram classificadas como “positivas”, “relativas” e “negativas”, fornecendo um panorama abrangente e detalhado das respostas emocionais ao material apresentado.
Os resultados da pesquisa apontam para avanços significativos no autoconhecimento dos participantes, tanto através das respostas diretas no segundo roteiro de reflexão, quanto através da análise das habilidades socioemocionais baseadas nas respostas ao primeiro roteiro.
Observa-se uma predominância de autoavaliações positivas, o que valida o potencial dos instrumentos utilizados para o desenvolvimento das habilidades investigadas, e mais especificamente, do autoconhecimento. A pesquisa aponta que os procedimentos on-line podem potencializar a aproximação consciente de cada participante consigo próprio, independentemente da presença de queixa clínica.
Este conhecimento é extremamente útil para o delineamento de estudos futuros. Afinal, a busca por maior autoconhecimento é um esforço contínuo e sempre há espaço para refinamento e aperfeiçoamento. A autora aponta para a possibilidade de construção e o refinamento de repertórios básicos dos participantes por meio de atividades complementares de leitura e escrita.
Em resumo, esta obra oferece uma contribuição significativa para a compreensão de como as narrativas pessoais mediadas pela tecnologia podem ser usadas para auxiliar no desenvolvimento do autoconhecimento.
Este livro é mais do que uma investigação sobre a história de vida dos participantes e o momento presente. É também um convite à reflexão sobre como a tecnologia pode ser utilizada para facilitar o autoconhecimento e a resiliência. Convido nossos leitores a embarcar nesta jornada de descoberta e reflexão. Este livro é muito mais do que uma leitura: é uma experiência de aprendizado.
Boa leitura!

Walquíria Marcelina de Almeida

Mestra em Comunicação, Linguagem e Cultura Pelo Programa Ppgclc pela universidade da Amazônia – UNAMA (2021); Graduada em Ciência da Educação-Pedagogia pela Universidade da Amazônia-UNAMA(2004); Especialista em Gestão Escolar pela Universidade Estadual do Pará-UEPA(2005); Especialista em Pedagogia Hospitalar FIBRA(2015); Especialista em Gerontologia Educacional e Saúde Mental FIBRA (2017);neuropsicopedagogia com ênfase na neuropsicopedagogia (em curso), Atua como participante da pesquisa do diretório do CNPq dentro do grupos vivenciais pela universidade da Amazônia(2019 a 2026); Desenvolve pesquisas em periódicos nas temáticas de formação de professores; dificuldade de aprendizagem de crianças e idosos.