Do verde oliva ao garança: uma análise do legado cultural do exército brasileiro para os colégios militares
Autor:
Prof.° Me. Márcio dos Reis Cardoso
ISBN
978-65-5379-035-3
DOI:
10.47573/aya.5379.1.46
N° páginas:
59
Formato:
Livro Digital (PDF)
Publicado em:
05-05-2022
Área do Conhecimento
Licença:
Desde os tempos mais primórdios, o homem sentiu a necessidade de separar uma parte do grupo para defender a caverna contra ataques de predadores. Conforme o tempo foi passando, essa prática manteve-se necessária e foi até mesmo ampliada para ações de ataque a presas e, posteriormente, contra outros agrupamentos humanos. Entre ações de ataque e defesa, foi sendo criada uma classe diferenciada, composta, necessariamente, por indivíduos dotados de características físicas e psicológicas que os credenciasse a suportar a fricção dos combates. Emerge, então, um conjunto de hábitos, normas de comportamento, saberes, crenças e sistemas simbólicos que se desenvolve paralelamente às sociedades humanas: a cultura militar. Esse legado expandiu-se pelo tempo e espaço, atravessou continentes e gerações e chegou ao Exército Brasileiro. Essa organização secular incorporou essa maneira de ser, que aos poucos foi sendo amalgamada ao estereótipo da instituição marcial brasileira.
Em 1853, Luís Alves de Lima e Silva , que dezesseis anos mais tarde, viria a ter o título de Duque de Caxias, teve a ideia de criar uma instituição de ensino pautada nesses elementos culturais, a fim de atender aqueles que tombassem no campo de batalha, no serviço de defesa da nação. O Sonho de Caxias foi concretizado em 1889 pelo conselheiro Tomáz Coelho, que levou a cabo a criação do Imperial Colégio Militar da Corte, no Rio de Janeiro. De lá pra cá, entre avanços e retrocessos, os colégios militares foram se expandindo por todo o país. Hoje o sistema conta com quatorze unidades distribuídas nas cinco regiões geográficas do Brasil. Esses estabelecimentos de ensino, evidentemente, sofreram influência daquela cultura milenar, incrustada no DNA dos militares.
Tentar explicar, de forma científica, como isso se manifesta é o intento dessa obra. O fato de ter sido aluno da primeira turma do Colégio Militar de Campo Grande em 1955, bem como uma longa trajetória profissional no exército e, mais recentemente, em um colégio militar, suscitou no autor o desejo de externar, além da redação técnica, um breve relato contando sua trajetória pessoal. Esse ímpeto impeliu-me a exorbitar o prefácio e reservar um capítulo inteiro para esse intento. Me permiti, então, já que trata-se do primeiro capítulo, do meu primeiro livro, quebrar o protocolo da escrita acadêmica e convidar o leitor a embarcar comigo nessa viagem, cuja paisagem, de um lado permite apreciar os elementos da cultura militar e de outro os elementos que foram absorvidos pelos Colégios Militares, guardiões do sonho de Caxias.
Prof.ª Me. Márcio dos Reis Cardoso
Márcio dos Reis Cardoso
Bacharel em Ciências Militares (2001), graduado pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), Resende-RJ. Pós graduado em Psicopedagogia Escolar (2014) e Coordenação Pedagógica (2017) pelo Centro de Estudos de Pessoal e Forte Duque de Caxias (CEP/FDC), Rio de Janeiro-RJ. Mestre em Educação, na Linha de Pesquisa Educação Especial, Inclusão e Diferença pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Após a formação na AMAN, foi declarado Aspirante-à-Oficial do Exército, da Arma de Cavalaria e trilhou sua trajetória profissional em unidades operacionais, mecanizadas e blindadas, no Centro-Oeste e Sul do país. De 2016 a 2017 foi Chefe da Seção Psicopedagógica e Comandante do Curso de Cavalaria do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de São Paulo (CPOR-SP). Hoje, no posto de Tenente-Coronel, exerce, desde 2018, a função de Chefe da Seção de Atendimento Educacional Especializado do Colégio Militar de Santa Maria, onde é o gerente de implantação Projeto Educação Inclusiva.
E-mail: [email protected]
Lates: http://lattes.cnpq.br/4021042926538961
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6061-2098