Estado Paralelo nas Comunidades: A Atuação das Milícias nos Centros Urbanos

As milícias são grupos paramilitares, ou seja, grupos civis que possuem similaridades ou se apropriam de métodos e ditames de forças de segurança pública e defesa nacional. Geralmente compostas por membros da caserna, subvertem o princípio do poder de polícia, e usando violência, agem como um Estado paralelo monopolizando nas comunidades que atuam serviços que outrora deveriam ser prestados pelo Estado, e extorquindo a população. O objetivo do estudo foi descrever a formação histórica, métodos de atuação de tais grupos, discorrendo sobre suas relações políticas e as áreas de interesse econômico, tendo como método a pesquisa descritiva e explicativa, com base teórica em revisão bibliográfica em artigos científicos e livros em acervos físicos e digitais, além de pesquisa documental através de matérias provenientes do ciberjornalismo. A obra do jornalista Bruno Paes Manso, “República das Milícias: dos esquadrões da morte à era Bolsonaro”, serviu como inspiração e foi base de grande parte da fundamentação teórica. Nos resultados e discussões, observou-se que as milícias representam um sólido mercado criminoso, com metas de longo prazo e enorme potencial de expansão, e que estão enraizadas no poder público, se tornando um Estado paralelo. Por fim, consideramos que as milícias se tratam de um sintoma de uma sociedade capitalista, cujo objetivo central é o lucro e o enriquecimento a qualquer custo, e que o modelo de negócio miliciano representa um perigo à frágil e problemática democracia brasileira.