Aulas de biologia inclusivas: alunos com deficiência visual e a construção de recursos didáticos
Organizado por:
Prof.ª Dr.ª Naiza Maria Castro Nogueira
Prof.ª Dr.ª Regiana Sousa Silva
Prof.ª Ma. Josilene Pereira do Nascimento
ISBN
978-65-5379-139-8
DOI:
10.47573/aya.5379.2.139
N° páginas:
109
Formato:
Livro Digital (PDF)
Publicado em:
17-12-2022
Área do Conhecimento
Ciências Biológicas
Licença:
Aceitei com enorme prazer o convite de escrever esse prefácio, principalmente por dois motivos: o primeiro, por tratar de inclusão, e o segundo, por ser resultado de um projeto de extensão.
Já faz muito tempo que tenho me dedicado à área da educação de pessoas com deficiência, transtornos do espectro autista e altas habilidades ou superdotação. A minha atuação na rede pública e privada da educação básica, posteriormente na educação superior me possibilitou (e possibilita) ricas experiências.
Vivenciei a integração, quando a educação especial poderia “apoiar, complementar e em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns” (BRASIL, 2001). Por outro lado, a ideia de encaminhamento do excepcional (termo utilizado na época) para ambiente o menos restritivo possível com progressão para serviços com “grau maior de integração escolar com base nas potencialidades e no progresso dos alunos” (MENDES, 2006), pouco se materializou na educação brasileira.
Vi a inclusão chegar, crescer e fortalecer. A educação especial passar a ter caráter complementar e/ou suplementar ao ensino regular. Com as diretrizes para a inclusão, as matrículas do público-alvo da educação especial na rede pública de ensino foram ampliadas, ainda que não atenda a demanda reprimida. Com essas diretrizes, também, esses alunos receberam mais atenção por parte da educação, e da sociedade em geral. Digo atenção, porque sua escolarização deixou de ser restrita aos especialistas.
Por outro lado, a formação de professores é ressaltada como aspecto importante para a implementação da inclusão. A LDB prevê professores capacitados, identificados como professores de classes regulares, e professores especializados para os serviços da educação especial, porém é comum ouvirmos de professores não terem formação para o trabalho com o aluno público-alvo da educação especial.
A educação pública brasileira apresenta vários desafios, não só os decorrentes da inclusão de alunos com deficiência, transtornos do espectro autista e altas habilidades ou superdotação, mas os que ainda persistem na área educacional, como questões de infraestrutura, condições de trabalho dos profissionais da educação, currículo, entre outros.
Ao focalizar a educação superior me vem o segundo motivo que citei, esta obra envolve a extensão. A universidade apoia-se em um tripé constituído pelo ensino, pesquisa e extensão. Todos com igual importância perante o campo da educação superior.
Como disse anteriormente como professora da educação superior tenho tido experiências importantes. Tenho a oportunidade de ver crescer o acesso de pessoas com deficiência às instituições de educação superior, as obras de acessibilidade nos prédios das instituições, a inserção de disciplinas em diversos cursos, a criação de núcleos de acessibilidade, o interesse crescente por parte de alunos da graduação por temas relacionados à educação especial/inclusiva, tal interesse também é expresso na pós-graduação com a demanda para o grupo de educação especial do programa de pós-graduação em educação. Vale destacar nesse processo, programas como INCLUIR, as ações afirmativas e, especificamente o relacionado aos Institutos, o PRONATEC destinado à criação de núcleos de acessibilidade nas referidas instituições.
Nesse contexto, um projeto de extensão como o denominado Prática Docente e o uso de Tecnologias Assistivas de Baixo Custo para alunos com deficiência visual no Ensino de Biologia, cujo livro é este disponibilizado agora para a sociedade, é de suma importância. A Extensão, uma das ações da educação superior, aqui feita com maestria, é conceituada como “o processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a Universidade e a Sociedade (FORPROEX, apud UFF, s/d).” O projeto realizado em 2019 atingiu de forma exitosa os seus objetivos, como podemos ver pela qualidade e pertinência dos capítulos.
Um dos desafios apontados pelos professores diz respeito ao uso e/ou confecção de materiais didáticos. E é disso que esta obra trata, de professores e de inclusão. Os autores nos brindam com experiências envolvendo várias áreas da Biologia, como Botânica, Citologia, Genética e Ecologia. Com ele, os leitores terão subsídios para a sua vida profissional, e pessoal.
Por fim, quero acrescentar mais um motivo para a satisfação que tive ao ser convidada para escrever este prefácio, o público a quem ele se propõe: professores da educação básica, particularmente do Ensino Médio, licenciandos, professores de cursos de formação docente; bem como a motivação dos autores de que ele chegue até o chão da escola’ e possa contribuir de fato com a construção de processos educacionais inclusivos.
Como professora do Departamento de Educação da UFMA, também ministro a disciplina Educação Especial em cursos de Licenciatura, inclusive, já tive duas turmas do Curso de Ciências Biológicas (por sinal, ótimas turmas), e este livro, indiscutivelmente será INCLUÍDO na bibliografia.
Boa Leitura!
Mariza Borges Wall Barbosa de Carvalho
Naiza Maria Castro Nogueira
Possui Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Maranhão (1992), mestrado em Ciências Biológicas (Biologia Vegetal) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1997) e doutorado em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos (2003). Atualmente é professor titular do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, Campus São Luís Monte Castelo, atuando como docente no Curso de Licenciatura em Biologia e chefe do Núcleo de Pós-graduação da DPPGI do Campus São Luís Monte Castelo, tendo como linhas de pesquisa a área de Botânica, com ênfase em Taxonomia de Microalgas, atuando principalmente nos seguintes temas: Limnologia, Ecologia do fitoplâncton, Educação Ambiental e Educação Especial. Link do currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8738848806337904
Regiana Sousa Silva
Possui graduação em Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão – UFMA, especialização em Psicolinguística pela UFMA e em Educação Inclusiva pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. Mestre em Educação pelo Instituto Superior Pedagógico para la Educación Técnica y Profisional Héctor Alfredo Pineda Zaldivár – ISPETP, Cuba (2000), revalidado pela Universidade Estadual do Ceará – UECE. Doutora em Educação Científica e Matemática (2019) pelo Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática da Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática – REAMEC/Universidade Federal do Mato Grosso – UFMT. Professora das Licenciaturas em Química, Biologia, Física e Matemática e coordenadora do Grupo de Pesquisa em Educação em Ciências e Matemática e Educação Especial do IFMA. Link do currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5165102547137681
Josilene Pereira do Nascimento
Possui graduação em Licenciatura em Biologia pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (2016), com período sanduíche na Universidad de Málaga, Espanha (2012-2013). Mestrado em Ciências Biológicas pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (2018). Atuou como docente do Ensino Superior na Universidade Estadual do Maranhão (2019-2021), do Ensino Médio no CEM Domingos Vieira Filho – Paço do Lumiar -MA (2021 -2022). Atualmente é professora EBTT do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, Campus Zé Doca – MA. Sua área de atuação é Ecologia, com ênfase em Ecologia e taxonomia de microrganismos aquáticos (fitoplâncton e algas perifíticas) de águas continentais. Link do currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3592921988009809
Alice Maria Pinto Pinheiro
Andréa Karla Braga de Araújo
D’layne Giordana Pereira Soares
Daniella Patrícia Brandão Silveira
Eliana Rodrigues de Sousa
Josilene Pereira do Nascimento
Luís Felipe Matos de Albuquerque
Marcia Barros Alves
Naiza Maria Castro Nogueira
Nanny Vitória dos Santos
Rafaella Cristine de Souza
Regiana Sousa Silva
Warmiston Carvalho Gomes
Sumário
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Capítulo 1
Por que educar é um ato de resistência?
Walquiria Marcelina de Almeida, Kátia Regina de Souza da Silva e José Guilherme de Oliveira Castro
DOI: 10.47573/aya.5379.2.87.1
Páginas: 10-20