Síndrome de Pandora: Relato de Caso

A Síndrome de Pandora é uma afecção relativamente comum em felinos domésticos, amplamente discutida na medicina veterinária por seu caráter multifatorial e pela complexidade dos mecanismos fisiopatológicos envolvidos. Anteriormente denominada cistite intersticial felina ou doença do trato urinário inferior dos felinos (DTUIF), essa síndrome compreende um conjunto de manifestações clínicas que resultam de alterações tanto físicas quanto comportamentais, frequentemente associadas a estresse crônico e à predisposição individual. Além de alterações comportamentais que refletem o impacto emocional da enfermidade, acredita-se que fatores ambientais e psicológicos podem desempenhar um papel central na patofisiologia da síndrome. Os pacientes acometidos podem apresentar sinais associados com distúrbios urinários, podendo ou não estar em conjunto com outros sintomas e doenças tanto de maneira primária quanto secundária. O tratamento deve ser conduzido de forma multimodal, envolvendo medidas de controle ambiental, suporte nutricional, modulação do estresse e, quando necessário, terapia farmacológica. Essa abordagem integrada tem como objetivo reduzir a frequência e a intensidade das recidivas, além de proporcionar melhor qualidade de vida ao paciente. No presente relato, foi observado uma resposta clínica satisfatória ao protocolo terapêutico instituído, com melhora dos sinais urinários e comportamentais. Entretanto, considerando o caráter recorrente e a natureza crônica dessa enfermidade, o acompanhamento é fundamental para o monitoramento do quadro, prevenção de recaídas e ajustes nas estratégias terapêuticas conforme a evolução do paciente.