Trombose em Válvula Mecânica Aórtica: Uma Revisão da Literatura

A substituição valvar aórtica é uma intervenção essencial no tratamento de valvopatias graves, especialmente em decorrência do envelhecimento populacional e da maior detecção de cardiopatias estruturais. As próteses mecânicas, embora mais duráveis, requerem anticoagulação contínua, aumentando o risco de complicações trombóticas. Este estudo teve como objetivo revisar os principais fatores de risco associados à trombose em próteses mecânicas aórticas e discutir as implicações clínicas dessa condição. Foi realizada uma revisão narrativa da literatura nas bases SciELO, PubMed e LILACS, incluindo estudos publicados entre 2013 e 2024. A seleção considerou ensaios clínicos, revisões sistemáticas e estudos observacionais com dados relevantes sobre fatores de risco, diagnóstico e prognóstico da trombose em válvulas mecânicas. Os principais fatores de risco identificados foram: tabagismo, anticoagulação inadequada (com variações no INR), insuficiência renal crônica e baixa adesão ao tratamento. Comorbidades como hipertensão, diabetes e dislipidemia também contribuem, embora com menor impacto isolado. A escolha entre prótese mecânica e biológica deve ser individualizada, considerando idade, comorbidades, risco de sangramento e preferências do paciente. Diretrizes internacionais recomendam válvulas mecânicas para pacientes mais jovens e biológicas para idosos, com decisão personalizada para indivíduos entre 60 e 70 anos. Conclui-se que a prevenção da trombose em próteses mecânicas aórticas exige abordagem multidisciplinar, controle rigoroso da anticoagulação e manejo adequado dos fatores de risco. Avanços em tecnologia e terapias minimamente invasivas têm ampliado as opções terapêuticas, contribuindo para melhores desfechos clínicos.