A Educação das Relações Étnico-Raciais através da Escuta sobre a História de Vida
Autora:
Prof.ª Ma. Méris Nelita Fauth Bertin
ISBN
978-65-5379-504-4
DOI:
10.47573/aya.5379.1.260
N° páginas:
127
Formato:
Livro Digital (PDF)
Publicado em:
24-04-2024
Área do Conhecimento
Ciências Sociais Aplicadas
Licença:
O presente estudo tem por objetivo investigar se e em que medida as aulas de história baseadas na experiência do outro podem contribuir para que o aluno expanda suas experiências, reconheça as desigualdades originadas da discriminação racial, seja capaz de problematizar os discursos discriminatórios, preconceituosos e intolerantes, e desenvolva uma atitude de rejeição à discriminação racial. A pesquisa desenvolveu uma situação de pesquisa-ação em sala de aula, envolvendo entrevista sobre história de vida, produção de narrativa e dramatização, tendo como tema a educação das relações étnico-raciais.
Vale ressaltar que estas atividades foram baseadas na experiência e conhecimento das pessoas negras. Os questionários e as práticas foram aplicados a alunos do sétimo ano de uma escola particular no sul do Paraná. Tanto para o teórico de História, Jörn Rüsen, como para o de Educação, Jean Piaget, a ação sobre o objeto é indispensável para a construção do aprendizado histórico.
Este aprendizado, como salienta Rüsen, é uma das dimensões e manifestações da consciência histórica, que por sua vez é o processo pelo qual se atribuem sentidos ao tempo. Já para Piaget, a construção do conhecimento deve ser coerente com o desenvolvimento cognitivo, social e emocional do aluno, o que pode ser potencializado pela experiência da entrevista sobre história de vida, produção de narrativa e dramatização.
E essas metodologias ativas o realizam de modo socialmente complexo, a partir de relações sociais, interação, troca de saberes e vinculação com a vida. Diante disso, para se buscar uma compreensão consistente da problemática colocada, desenvolveu-se uma pesquisa-ação com a aplicação de questionários antes e depois das práticas socioeducativas.
Na análise dos dados, os resultados sugerem que os alunos, os quais pouco (ou sequer) haviam ponderado sobre o racismo, após as estratégias elencadas, começaram a desconstruí-lo, havendo mudança de postura. Contudo, nesse processo foi possível identificar algumas resistências ativas, embora minoritárias.
Boa leitura!
Méris Nelita Fauth Bertin
Doutoranda em Educação (2021), pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), linha “História e Política Educacionais”. Mestra em História, pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), linha “Instituição e Sujeitos – Saberes e Práticas”. Graduada em Licenciatura em História pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Pós-Graduada em Psicopedagogia – Clínica e Institucional pelo Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão (IBPEX). Atualmente, participa dos programas de pesquisa: Grupo de Pesquisa Políticas Educacionais e Práticas Educativas (GPPEPE) e Grupo de Estudos em Didática em História (GEDHI), ambos da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Outrossim, é professora de História da instituição educacional Colégio Marista Pio XII – Ponta Grossa. Além disso, atua como psicopedagoga em consultório próprio. Tem 38 anos de experiência na área de Educação, com ênfase em Dificuldades de Aprendizagem.