Medo, Direito Penal e Alegorias em “Senhor das Moscas”: Interações entre Direito e Literatura
Autora:
Prof.ª Ma. Fernanda Miler Lima Pinto
ISBN
978-65-5379-297-5
DOI:
10.47573/aya.5379.1.162
N° páginas:
58
Formato:
Livro Digital (PDF)
Publicado em:
12-09-2023
Área do Conhecimento
Ciências Sociais Aplicadas
Licença:
“Imagina se o Monstro ia ser uma coisa que vocês podiam caçar e matar!” foi o que disse a cabeça de porco para Simon, quando o garoto aos poucos percebia o sentido principal da figura do Belzebu (“Baalzebub”, o Senhor das Moscas). Simon e o Monstro eram parte de uma mesma coisa, esse controlava sua mente e corpo, e logo aquele sofreria o ódio dos demais, morto a pauladas. Mas apesar disso, o Monstro permaneceu vivo, incólume e forte.
Essa é uma das partes cruciais da obra do britânico William Golding e ponto chave desse trabalho. O livro em comento, que foi publicado em 1954, quando o mundo era aquecido pelos acontecimentos da Guerra Fria, é um dos grandes nomes da literatura mundial, traduzido para 35 idiomas e, só em língua inglesa, comercializado em mais de 25 milhões de exemplares.
Além disso, “O Senhor das Moscas” já teve duas adaptações para o cinema. A primeira versão, ainda em preto e branco, é de 1963 e a segunda, de 1990, sendo aquela, supervisionada pelo próprio Golding, considerada a mais fiel ao livro.
Esse clássico da literatura pós-guerra, assim como “Revolução dos Bichos” e “O Apanhador no Campo de Centeio”, traz uma reflexão sobre a natureza do mal, fazendo uso de um ideário dualista e metafórico para passar sua mensagem, que pode ser objeto importante para aprofundar a discussão sobre poder, violência e Direito. E é justamente essa intertextualidade entre a Literatura e o Direito, cujo estudo ainda é relativamente recente no Brasil, o tema central desse trabalho. [Leia+]