Geohelmintíases e protozooses intestinais em população adscrita à Estratégia Saúde da Família de Parnaíba-PI
Autores:
Prof.ª Ma. Islandia Maria Rodrigues Silva
Prof.° Dr. Iúri da Costa Leite
ISBN
978-65-5379-265-4
DOI:
10.47573/aya.5379.1.147
N° páginas:
76
Formato:
Livro Digital (PDF)
Publicado em:
07-07-2023
Área do Conhecimento
Ciências da Saúde
Licença:
O presente estudo teve como objetivo determinar a prevalência e a associação entre um conjunto de variáveis sociodemográficas e a chance de apresentar positividade de enteroparasitoses, com ênfase nos geohelmintos e protozoários patogênicos.
Tratou-se de um estudo analítico seccional desenvolvido com base nos dados secundários de prontuários e Ficha A do Sistema de Informação da Atenção Básica (Siab) da população adscrita à Estratégia de Saúde da Família 32, Vegeflora, na cidade de Parnaíba, Piauí. A associação entre as variáveis sociodemográficas e os três desfechos (positividade para geohelminto, protozoário patogênico e qualquer parasita) foi mensurada por meio de modelos de regressão logística multinível, sendo o primeiro nível composto pelos indivíduos e o segundo pelos domicílios.
A amostra do estudo foi composta por 803 indivíduos que aceitaram o convite para realizar os exames coproparasitológicos, entre maio de 2012 e dezembro de 2013. A prevalência de parasitose correspondeu a 64,2% do total. Quanto aos geohelmintos, a prevalência foi de 21,1%, sendo que a espécie mais encontrada foi Ascaris lumbricoides (13,6%), seguida por Ancilostoma duodenalis (9,0%). Para os protozoários patogênicos, identificou-se uma prevalência de 20,0%, com maior frequência para a espécie Giardia lamblia (16,4%). A variável “sexo” só apresentou associação com a chance de infestação por geohelmintos, 67% superior entre os homens (RC=1,67; IC 95%: 1,10-2,51).
A positividade para geohelmintos foi maior em todas as faixas etárias quando comparadas àquela composta por crianças de 0 a 4 anos. Padrão semelhante foi observado para a positividade de todas as enteroparasitoses. Residir em casa de alvenaria esteve associado somente com a chance de infestação por geohelmintos (RC=0,49; IC 95%: 0,29-0,83). Moradores em domicílios com coleta regular de lixo foram menos propensos a serem positivos para geohelmintos (RC=0,46; IC 95%: 0,23-0,91), protozoários patogênicos (RC=0,50; IC 95%: 0,27-0,92) e qualquer enteroparasita (RC=0,34; IC 95%: 0,20-0,57). Residentes em domicílios com acesso a água tratada também foram menos propensos a serem positivos para geohelmintos (RC=0,28; IC 95%: 0,17-0,46), protozoários patogênicos (RC=0,41; IC 95%: 0,26-0,68) e qualquer enteroparasita (RC=0,20; IC 95%: 0,12-0,33).
O estudo mostra que a ocorrência dessas parasitoses está relacionada às baixas condições socioeconômicas e evidencia a necessidade de repensar intervenções públicas e ações preventivas e de controle para as enteroparasitoses na região.
Islandia Maria Rodrigues Silva
Graduada em Enfermagem pela Universidade Estadual do Piauí (2004). Especialista em Saúde da Família pela UFPI (2006), UTI pela Novafapi (2010), Obstetrícia pela Faculdade de Tecnologia Evolução-CE (2017), Enfermagem em Neonatologia pelo IFF/ Fiocruz (2022), Especializanda em Preceptoria pela Faculdade Moinhos de Vento (em andamento). Mestra em Epidemiologia em Saúde Pública pela ENSP/ Fiocruz (2016). Atualmente é enfermeira plantonista das Unidades Neonatais (UTIN e UCINCo) do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde-HEDA, Enfermeira da Estratégia Saúde da Família-ESF, Adalto Parentes Sampaio, Módulo 41, em Parnaíba-PI. Além disso, atua desde 2018 como Preceptora de Enfermagem e apoiadora de prática da Residência Multiprofissional em Atenção Básica/Saúde da Família, pela Universidade Federal do Piauí-UFPI. Áreas de interesse: Saúde Pública, Saúde da Família, Saúde Mental, Saúde Materno-Infantil, Preceptoria em Saúde, Educação-Ensino-Serviço.
Iúri da Costa Leite
Possui graduação em Ciências Estatísticas pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas (1986), mestrado em Demografia pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (1994) e doutorado em Estatística Social – University of Southampton (1998). Atualmente é professor titular da Fundação Oswaldo Cruz. Tem experiência na área de Demografia, com ênfase em Mortalidade e Fecundidade, atuando principalmente nos seguintes temas: dinâmica de uso de métodos anticoncepcionais, mortalidade infantil, causas de mortalidade, carga de doença e envelhecimento.