Educação e tecnologia: usos e possibilidades para o ensino e a aprendizagem 2
Organizado por:
Mara Alice Braulio Costa, Jussara dos Santos Corrêa, Rosane Saraiva Guerra, Miriam Navarro de Castro Nunes e Elson Santos Silva Carvalho
ISBN
978-65-5379-086-5
DOI:
10.47573/aya.5379.2.105
N° páginas:
246
Formato:
Livro Digital (PDF)
Publicado em:
31-08-2022
Área do Conhecimento
Ciências Humanas
Licença:
A demanda pela continuidade dos debates iniciados no primeiro volume é emblemático para assinalar a importância e interesse na relação entre a educação formal e as tecnologias. E a opção editorial por experiências exitosas nessas instrumentalizações demonstram ainda que, apesar das dificuldades em relação ao acesso, treinamento e usabilidade, os educadores e educadoras de nosso país são pródigos na re-existência (WALSH, 2013).
A ocupação dessas possibilidades comunicativas e operacionais potencializam o alcance das preparações pedagógicas, permite um encontro com um princípio humano simultaneamente desafiador e inspirador: a consciência da nossa incompletude (DEMO, 2009). Continuamos quem somos – sabemos quem somos – pela convivência com o outro. E as lógicas de organização que nos provocam a estar em diferentes lugares e contextos, trocando ideias, atos comunicativos, validações, perguntas e respostas permitem que sejam cedidas segregações históricas na nossa geopolítica, essa que separa consumidores predatórios dos produtos de seus extrativismos indolentes. Repaginamos, pela curiosidade epistemológica ao qual Paulo Freire (1996) se referiu pra explicar o pensamento organizado e articulado em diferentes escalas, os espaços de poder e controle.
Os vinte dois estudos e investigações que os acompanham tratam dos reptos da pandemia, em que o contato com novas tecnologias da informação deixou de ser algo adiável. Essa emergência acelerou processos de aprimoramento e focalização dos produtos, notadamente os com finalidade pedagógica. Reflexão sobre o uso da Webquest alinha-se ao que o professor Pedro Demo vocaliza há décadas, sobre a prática da pesquisa como fundamental ao espírito aprendente.
A autonomia esperada e a discussão sobre o novo papel do professor, que já foi apresentado como obsoleto em relação à dinâmica de plataformas como o Khan Academy, redesenha-se no reconhecimento de que as tensões são complementares, não excludentes. Ainda no campo dos desafios, somam-se discussões arejadas sobre a inclusão, tecnologias assistivas, formação docente, o tempo e premências do uso desse aparato.
Desembocam no exercício dos futuros possíveis, em que o metaverso redimensiona o tipo de interação e exige que se pense sobre as implicações dessa fusão entre o simulacro e as sensações complexas da convivência fora das telas. Para além de sentenças, prezam-se considerações sobre a necessidade de adaptações, reorganização, a integração com a família, as poderosas, onipresentes e praticamente não-monitoráveis fluxos de informação das redes de mensagens instantâneas, como o whatsapp.
Ainda, como projetos integrados podem colaborar de fato com uma formação que permita uma ecologia de trans-escalas e saberes, nas definições de Boaventura de Sousa Santos (2002), das ausências de estruturas ideais à criatividade para refundar as aberturas conquistadas, do campo às escolas, das telinhas às salas de estar e dos professores.
É certo que o passear por essas diferentes perspectivas contribuirá para diversificação dos olhares sobre a relação entre tecnologias e educação. A entrega generosa das autoras e autores reafirmam que é nesse foro, o da solidariedade, que as próximas questões e persistentes problemas passarão e serão superados. Passarinhemos! E que o voo por essas páginas seja contemplativo, imaginativo e prazeroso!
Prof.° Dr. Elson Santos Silva Carvalho
Referências
DEMO, P. Aprendizagens e novas tecnologias. Revista Brasileira de Docência, Ensino e Pesquisa em Educação Física, [S. l.], v. 1, n. 1, p. 53–75, 2009.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia – saberes necessários à prática educativa. Sao Paulo: Paz e Terra, 1996. E-book.
SANTOS, B. D. S. A crítica da Razão Indolente: contra o desperdício da experiência. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2002. E-book.
WALSH, C. (ed. . Pedagogías decoloniales: prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir. Quito: Abya-Yala, 2013. E-book.
Mara Alice Braulio Costa
Formação em Pedagogia e Letras-Português/Inglês.
Especialização em Gestão Escolar: Orientação e Supervisão; Tecnologias e Educação à Distância.
Mestranda em Tecnologias Emergentes em Educação pela Must University.
E-mail: [email protected];
Lattes: http://lattes.cnpq.br/6732513271375103.
Jussara dos Santos Corrêa
Formação em Pedagogia.
Especialista em educação infantil, neuroeducação e letramento.
Mestranda em tecnologias emergentes em educação.
E-mail: [email protected].
Rosane Saraiva Guerra
Graduação: Licenciatura em Geografia.
Especialização: Metodologias Inovadoras Aplicadas à Educação: Ensino de Ciências Humanas.
Mestrando em Tecnologias Emergentes em Educação pela Must University.
E-mail: [email protected].
Miriam Navarro de Castro Nunes
Mestra em Educação (FFCLRP-USP)
Especialista em Psicopedagogia e Design Instrucional
Graduada em Pedagogia
[email protected]
Lattes: http://lattes.cnpq.br/9821885074666561
Elson Santos Silva Carvalho
Graduação: Estudos Sociais (UPIS)
Especialização: Culturas Negras no Atlântico (UnB), História Social (UFT)
Mestre em Ciências do Ambiente (UFT)
Doutor em Ciências do Ambiente (UFT)
Docente permanente do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Direitos Humanos (UFG)
Coordenador do Programa Trilhas do Ser – Educação Socioemocional (trilhasdoser.com.br, @trilhasdoseroficial)
E-mail: [email protected]
lattes: http://lattes.cnpq.br/1655651832997085
Sumário
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Capítulo 1
Por que educar é um ato de resistência?
Walquiria Marcelina de Almeida, Kátia Regina de Souza da Silva e José Guilherme de Oliveira Castro
DOI: 10.47573/aya.5379.2.87.1
Páginas: 10-20